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REVISTA ACIMM
- Edição 228
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Entrevista
Alexandre Camilo
Ator, educador, contador de história e palestrante, Alexandre Camilo encantou o público na Associação Comercial e Industrial (ACIMM)
no dia 21 julho com a palestra “Como se preparar para o presente – motivação para viver e vender”.
De forma extrovertida ele conseguiu prender a atenção do público por mais de duas horas levando do riso ao choro profissionais das
mais diversas áreas, em uma reflexão bem ampla e profunda sobre como compreender o semelhante para sempre oferecer o melhor de
si, tanto na vida pessoal quanto na corporativa.
Lembrou que o amanhã pode não existir e que as melhores ações devem ser executadas agora e não depois. A palestra recebeu
inúmeros elogios do público que se disse encantado de como Camilo passou o seu recado.
Geralmente as pessoas fazempalestras
com foco no futuro. Você vem no
sentido inverso e desperta nas pessoas
a necessidade de se preparar para o
presente. Baseado em que você aborda
esta outra visão de mundo?
Na verdade são dois os dias em que a
gente não pode fazer nada. Um se chama
ontem e outro amanhã. A gente pode se
preparar para o amanhã, mas não tem
certeza se haverá o amanhã. Eu sempre
costumo dizer que essa pode ser a minha
última palestra, minha última vivência,
pois eu posso morrer na estrada no meu
caminho de volta ou eu posso nemterminar
minha palestra desta noite. Com meu
irmão foi assim, ele partiu aos 38 anos,
por causa do coração. O amanhã a Deus
pertence e o ontem foi uma oportunidade
que já se foi. Eu posso aprender com os
erros do passado para não repeti-los, mas
o dia em que eu preciso estar preparado é
o presente. Hoje as pessoas estão muito
presas com o “eu podia”, “eu devia”, “não
tem problema, amanhã, a semana, o mês
que vem, o ano que vem” e se esquece que
o dia que dá para começar a mudar alguma
coisa é o hoje. O presente é tão presente
que tem este nome. É um presente que
Deus dá, é a oportunidade que eu tenho
de hoje pedir desculpas para alguém. Eu
não posso falar assim: vou esperar o Natal!
Será que eu chego até o Natal? Então é
hoje o dia. A oportunidade não estava no
dia que eu perdi ou no dígito a mais da
economia amanhã. A oportunidade está
em prestar atenção no hoje.
A linha de trabalho que você
adota demonstra uma nuance de
espiritualidade. Isto é procede?
Completamente! A ciência já está
provando que somos seres de passagem
por aqui e eu acredito de forma muito
pessoal que a espiritualidade nos
conecta com algo maior e as pessoas que
trabalham sua espiritualidade são mais
otimistas, elas tendem a ver as coisas
de uma outra maneira. Se você é uma
pessoa muito materialista você sofre. Na
quarta-feira eu “enterrei” um amigo que
tinha a minha idade. Ele era ateu, o câncer
foi terrível e ele sofreu muito. Eu percebo
que as pessoas mais espiritualizadas
sofrem muito menos. Ninguém quer ser
espiritualizado para sofrer menos. O
que nós precisamos entender é que não
estamos neste mundo apenas para trocar
de casa e de carro. A gente vem com uma
missão de se tornar uma pessoa melhor
ajudando o outro.
Na prática como isto pode ser feito?
Por exemplo: a sua indústria pode ajudar
a comunidade, o seu comércio também.
Não é só dando emprego que se pode
ajudar. Mas ser algo vivo dentro daquela
rua, daquela comunidade. Quando as
pessoas entendem que o papel delas é
muito importante e não se limita apenas
em vender, ele transcende e acaba
se tornando uma referência. É muito
importante que o empresário tenha essa
visão de mundo. Ele só vai crescer se
entender o próprio papel naquele contexto,
afinal o ideal não é vender, vender e vender.
Quando você fala dessa forma para o
público, você apresenta uma situação
antagônica, pois o que mais o empresário
quer não é vender e obter lucros?
Essa minha linguagem chega a chocar
na maioria das vezes. Existem algumas
linguagens que são péssimas, como:
“sangue no olho”, sangue no olho é
conjuntivite (risos). Outros ainda dizem:
eu quero que meu funcionário “doe seu
sangue”. Doar sangue é outra coisa, é
ajudar alguém que está doente e é um
ato voluntário. A relação que o empresário
possui com seu colaborador é diferente.
Não existemais isso do “eu quero, eu quero,
eu quero”. O que todos precisam entender
é que o negócio precisa ser bom para todo
mundo e não apenas para apenas um lado.
Tem de beneficiar os colaborados externa
e internamente.
O foco do trabalho é o relacionamento,
então?
Exatamente, o foco do trabalho é o
relacionamento. Por isso eu sempre falo
que vou falar sobre comunicação e como